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O ciclo circadiano e os cuidados da pele


Como otimizar os resultados do cuidado facial (Skincare), proporcionando mais brilho e firmeza à pele, com base no nosso biorritmo?


Nossa pele, assim como todo nosso organismo, possui um relógio interno de grande sabedoria. Esse relógio biológico, que regula o ciclo circadiano, ou biorritmo, é responsável por orquestrar nosso metabolismo e garantir que nosso corpo desempenhe suas funções vitais da melhor maneira possível.


Conhecer nosso biorritmo, além de nos ajudar a escolher os melhores horários para nos alimentar, nos mover, descansar, nos divertir, nos conectar, relaxar… promovendo mais saúde física, mental, emocional, pode nos proporcionar beleza!


Nesse artigo explicamos a relação entre o ciclo circadiano e os cuidados da pele (skincare). Vem com a gente desvendar esse conhecimento, sua pele agradecerá!


Ritmo circadiano, o que é?


Cada célula do nosso corpo possui um relógio biológico que controla o ritmo circadiano, o ciclo vital que permite ao corpo cumprir diversas funções segundo uma dinâmica cronológica, como a regulação da temperatura corporal, o equilíbrio hormonal e dos níveis de açúcar, a orquestração do sistema de regeneração e reparação celular, etc.


O ritmo circadiano, ciclo circadiano ou ainda biorritmo é responsável por regular o funcionamento das células ao longo das 24 horas do dia e também ao longo das estações em todos os seres vivos. Graças a ele, nosso organismo sabe quando descansar, se regenerar ou se ativar.


Cabe lembrar que o biorritmo não diz respeito somente ao corpo físico, mas também a todas as esferas, influenciando e regulando também comportamentos, emoções e pensamentos.


Você deve estar se perguntando: mas de que maneira conhecer o biorritmo pode nos ajudar a otimizar os resultados dos cuidados faciais, proporcionando mais firmeza e brilho para nossa pele?


A seguir, explicamos o biorritmo da pele em particular e sua aplicação prática no que tange os cuidados especiais ao longo das estações e também ao longo do dia.


Ciclo circadiano e cuidados da pele


A pele e as estações


A pele é um órgão extremamente sensível às variações climáticas. Durante as estações intermediárias, como o outono e a primavera, é preciso dar-lhe maior atenção, devido às variações de temperatura e umidade frequentes que marcam as interestações e que exigem que a pele maior esforço de adaptação.


No outono, a pele se torna mais pálida, desidrata-se com mais facilidade e perde seu tônus.

Aparecimento de rugas, ressecamento, flacidez, vermelhidão e, inclusive, maior produção sebácea marcam esse período.


Por isso, os meses outonais são ideais para lançar mão das máscaras faciais, cuidados intensivos (uso de serums e ampolas), priorizando a regeneração da pele com gomagens e cuidados anti-idade.


Durante o inverno, o metabolismo cutâneo diminui e nossa circulação periférica recua. Para conservar o calor, a pele tende a se fechar e a vitamina D, com a escassez do sol, tem mais dificuldade de fixar-se, prejudicando assim a renovação celular e o brilho da pele.


Portanto, durante o inverno, devemos priorizar a nutrição da pele, com massagens faciais e corporais (utilizando para isso os óleos vegetais) e cremes nutritivos (ácido hialurônico, lipídios etc.)


Na primavera a sensibilidade da pele aumenta, o que contribui para o desenvolvimento de alergias de todo tipo. Essa reatividade exacerbada da pele a torna mais cansada e congestionada pelas toxinas acumuladas durante o inverno.


Assim, a estação das flores rima com drenagens linfáticas e limpezas da pele, ou seja, devemos purificá-la e apaziguá-la com mais frequência.


No verão, como é de se esperar, a pele precisa mobilizar recursos para lutar contra a agressão solar. Fluidificação do sebum, poros dilatados, transpiração excessiva e intolerância a cremes muito nutritivos e gordurosos caracterizam a pele durante o verão.


Durante essa estação, nada mais justo que proporcionar à pele mais hidratação, proteção e a limpeza (para eliminar o filtro solar) que ela merece e necessita.


A pele e o ciclo feminino


Renovação celular e o ciclo feminio, ambos com um ciclo de 28 dias, estão intimamente relacionados. Trocamos de pele todos os meses e respeitar esse ritmo fisiológico de renovação celular é muito importante.


Da puberdade à menopausa, a pele sofre diretamente influências hormonais, como, por exemplo, a alteração na produção do sebum, acentuando-se durante a menstruação.


Além disso, a maioria das células da pele possui receptores estrogênicos. Nesse sentido, é salutar realizar, de 8 a 10 dias antes das regras, uma limpeza facial mais intensa (duas vez ao dia) com máscaras de argila (testa, nariz e queixo), a fim de eliminar o excesso de sebum, além de lançar mão de produtos específicos para controlar a produção de sebum.


Com a menopausa se aproximando, entre 45 e 50 anos, os cremes firmadores com ativos de efeito estrogênio-like aportam à pele mais firmeza.


Cuidados da pele ao longo do dia


Em cosmética, esse biorritmo é o mais explorado. Dele nasceu o que se conhece cientificamente por cronobiologia.


Durante o dia, a pele mobiliza recursos para se defender das agressões externas, como a poluição e os raios UV. As células cutâneas, sensíveis às variações de luminosidade, ativam mecanismos adaptativos de proteção. As células mortas (corneócitos) situadas na camada córnea se alteram em número e tamanho a fim de minimizar as perdas hídricas.


Como durante o dia as células são mais pequenas e unidas para reforçar a barreira da pele, a limpeza deve ser suave e a proteção maior.


Durante a noite a divisão celular se acelera, numa velocidade 8x maior. É o momento em que a pele se regenera (entre 23h e 3h da manhã), reconstruindo seus componentes essenciais, danificados durante o dia.


A epiderme se abre para que as trocas se realizem, ou seja, o momento ideal para a absorção de princípios ativos.


A noite é também quando a pele, com os poros mais dilatados, pode eliminar toxinas e reconstituir a película hidrolipídica, sebo prioritariamente, mas também água e nutrientes.


A atividade imunitária, em pleno vapor por volta das 23h, favorece a expulsão dos agentes patógenos, tornando a pele mais suscetível a inflamações. O aumento da circulação sanguínea subcutânea permite maior nutrição e oxigenação da pele.


Rotina de cuidados da pele do rosto


Entre 4h e 8h da manhã, como a pele desenvolve essa barreira protetora, ela tende a absorver menos produtos mais cremosos e ativos, além do que a pele está mais sensível e reativa.

A dica aqui é limpeza facial com sabonete ou óleo vegetal.


Entre 8h e 12h da manhã, há maior circulação sanguínea na superfície da pele, aumentando assim a sensibilidade e reatividade a qualquer produto. Portanto, a recomendação é aplicar produtos mais fluidos, protetores e hidratantes.


Entre 12h e 17h, o corpo produz mais sebum, tornando a pele mais brilhante. A dica para amenizar esse excesso de brilho é borrifar hidrolatos (águas florais), aportando assim suavidade à pele.


Entre 17h e 22h, como a pele tem maior poder de absorção, recomenda-se a aplicação de cremes mais nutritivos e hidratantes, depois de realizar uma limpeza mais profunda.


Embora a pele seja mais receptiva aos princípios ativos durante a noite, há divergências entre os especialistas no que tange a aplicação de cremes muito nutritivos, já que a pele poderia se tornar mais preguiçosa, amolecida e perder tonicidade, reclamando sempre mais e mais nutrição.


O caminho do meio parece resolver a questão, ou seja, ativos regeneradores mas em soluções mais aquosas, como séruns, evitando assim que substâncias mais gordurosas sufoquem demasiado a pele. Nossa dica é, se for optar por um óleo vegetal, o melhor para a face é o óleo de jojoba, compatível com todos os tipos de pele.



por Gabriela Nanni, farmacéutica, instructora de yoga e redactora web SEO


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